FCPorto: clube procura-se
A minha opinião pode ter mudado.

Sr Presidente Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa,
Foi já no longínquo dia 27 de Dezembro 2015, véspera do seu 78º aniversário, que apareceu pela ultima vez a falar em público, uns dias depois da equipa do FCPorto ascender ao primeiro lugar na Liga Portuguesa, dois anos depois da ultima vez que tal tinha acontecido. Foi também por esses dias que deu um voto de confiança ao espanhol Julen Lopetegui, o nosso treinador de então.
Desde aí, uma derrota a 2 de Janeiro em Alvalade, um empate uns dias depois em casa com o Rio Ave e treinador borda fora, despedido sem apelo nem agravo no dia 07 de Janeiro.
Não que a opção tomada fosse uma má opção, que não era. Lopetegui era claramente parte do problema e há muito excluído como parte da solução.
Mas foi o sr Presidente que assinou o contrato de 3 anos que ofereceram ao espanhol. Pelos vistos mudou de ideias depois do ano novo e está no seu direito.
Não creio porém que fosse apenas por ele que a equipa não ganha. Aliás, os últimos resultados - a vitória milagrosa no Bessa, contra uma equipa de distrital e a derrota em Guimarães - são disso exemplo.

Que fique bem claro, não sou uma pessoa ingrata. Não sei o que era o clube antes de o senhor chegar para o governar. Não sei o que era lutar contra o poder de Lisboa, mas dá para ter uma ideia com as amostras que temos sido acariciados ao longo destes anos.
Só conheço este clube a lutar ganhar. Sei o que é lutar, comer a relva e dar tudo em campo para ganhar. Como disse uma vez, sou adepto de um clube que perde algumas vezes e não de um clube que ganha algumas vezes. E faz-me confusão, mesmo ganhando, ver este clube não lutar para ganhar. Não é o nosso ADN. Não é a nossa identidade.
Depois de mais de 11 dias sem treinador principal - algo inédito num clube de top nesta altura do ano - ver a equipa em auto-destruição acelerada é desesperante. Ainda mais desesperante é ver que isso acontece por inércia da administração. Não é admissível ter partido para uma rescisão unilateral de contrato com o treinador sem um plano B definido. Não é admissível, um clube com mais de 100 Milhões de €uros de orçamento, não consiga aliciar um treinador de top em mais de 10 dias.
O Rui Barros que nos deu tanto - aquele sprint em Novembro de 1987 contra o Ajax ainda está na memória de muitos de nós - não merece aquilo que a administração da nossa SAD lhe está a pedir. E o sr. é o principal responsável.
Já uma vez lhe escrevi uma carta aberta, já lá vão quase 8 anos. Não obtive resposta nem esperava obter.
Agora escrevo-lhe com um único propósito. Peço-lhe que reflicta bem se acha que tem condições, saúde e principalmente vontade de concorrer a novas eleições, que são já em Março.
Lembro-lhe apenas duas coisas: nunca vitórias passadas foram garantia de eleições futuras e este é um clube habituado a perder algumas vezes, não a ganhar de vez em quando.
Como disse antes, não sou uma pessoa ingrata, mas sou independente o suficiente para pensar pela minha cabeça e pedir-lhe para, se encontrar o nosso clube por aí, faça o favor de o colocar novamente em campo.