Síria: o drama dos refugiados
Tabela de Conteúdos
A minha opinião pode ter mudado.
Ponto prévio: as centenas de milhar de pessoas que têm tentado chegar à Europa à procura de uma vida melhor não são migrantes como a comunicação social, portuguesa e internacional, os tem titulado. São refugiados.
Se nem a comunicação social sabe a diferença entre tomar uma decisão consciente e informada ou fugir de uma situação dramática e de risco para a própria vida, então estamos pior que pensei.
Não devemos ter medo das palavras. Nem das imagens. Ou da imagem que hoje correu mundo.
Não a vou reproduzir aqui. É uma imagem violenta. Violentíssima.
Não a reproduzo e não é por pudor ou receio, mas sim porque tenho duas crianças com menos de 10 anos que sei que lêem o pai de vez em quando. E eu tenho a obrigação de as defender do mundo cão onde vivemos.
Mas afinal de que fogem os Sírios #
Da guerra, da fome, do desespero, do ISIS, da destruição, da morte!







O que devemos fazer? #
Não sei. Mas assistir impávido e sereno à chegada de corpos de crianças de 3 anos trazidas pela corrente não pode ser a única coisa que a Europa tem para oferecer. Ainda hoje ouvia na rádio uma criança que o jornalista dizia que tinha 13 anos a dizer algo como isto:
Nós não queremos vir para Europa. Queremos viver em paz na nossa terra. Ajudem a Síria e parem a guerra. Apenas parem a guerra.
Enquanto os países da Europa não atacarem (pun intended) definitivamente o problema do estado islâmico o problema só tenderá a agravar-se.
Uma nota final para o sr. Viktor Orban, o primeiro ministro da Hungria. Dizer que o problema dos refugiados é um problema da Alemanha é criminoso. Na situação actual, de crise humanitária, a Alemanha tem tanta obrigação como a Hungria de receber refugiados. Ou como Portugal. Ou outro país europeu qualquer. O sr. Viktor Orban que ponha os olhinhos na Sérvia e principalmente na Grécia e que verifique que nem mesmo as dificuldades económicas que a Grécia padece há alguns anos a impede de dar a mão aos milhares de crianças, mulheres e homens Sírios que chegam às suas fronteiras. Tenha vergonha sr. Orban.
Imagens tiradas do The Guardian, do The New York Times e do blog The Correspondent da Agence France Press
Comentários
Simples, conciso, frontal. Todos os jornalistas deviam ser assim. Obrigada, António!